Ararobá, Lendária e Eterna

Retorno a tratar da literatura referente à história de Pesqueira. Esse é um assunto que não dá para deixar de lado. Embora tenha descoberto muito material interessante e desconhecido pela maioria, por enquanto vou me ater às obras clássicas, mais populares e fáceis de encontrar. E, sem sombra de dúvida, o livro Ararobá, Lendária e Eterna é um dos mais interessantes exemplares deste tipo.

Capa do livro, por Julio Gonçalves.
O livro é  trabalho de Luís Wilson, que era vilabelense de nascimento, mas cresceu entre Arcoverde e Pesqueira, onde estudou e mais tarde fez carreira como médico. Em paralelo estudava a história de suas duas terras. Assim, nos deixou uma grande herança de pesquisa e informações históricas sobre as duas cidades.

Para nós especialmente, Ararobá, Lendária e Eterna é sua obra mais importante. A edição é de 1980, da Prefeitura Municipal de Pesqueira, e representa mais uma das várias obras que foram levadas a público no ano do centenário da elevação da vila a cidade. São 457 páginas distribuídas entre 15 capítulos. A seguir alguns assuntos tratados em cada um deles:

Capítulo I: Trata dos primórdios da história cimbrense, algumas informações sobre a Capitania de Itamaracá e sobre a sesmaria ganha por João Fernandes Vieira. Trata também da Guerra dos Bárbaros e da Confederação Cariri;

Capítulo II: Apresenta o capitão Pantaleão de Siqueira Barbosa, pai do fundador de Pesqueira. Trata também do próprio Manuel José de Siqueira e sua fazenda Poço do Pesqueiro e dos chamados Vinte de Pesqueira;

Capítulo III: Trata do capitão-mor Antônio dos Santos Coelho da Silva, fundador da fazenda Jenipapo, e sua filhas. Trata também de seus genros (assim como Manuel de Siqueira) Domingos de Souza Leão e Francisco Xavier Paes de Melo Barreto;

Capítulo IV: Trata da primitiva política cimbrense, dos primeiros presidentes do Senado e seus juízes ordinários. Também fala dos prefeitos do município de Cimbres já autônomo, a partir de 1893 com André Bezerra do Rego Barros;

Capítulo V: Este capítulo é dedicados às igrejas de Pesqueira, menos à igreja de Cimbres;

Capítulo VI: Aqui Luís Wilson nos fala da família Brito, começando pelo Barão de Cimbres, passando por Carlos de Brito e sua esposa dona Yayá. Ele aproveita e nos dá importantes informações sobre os primórdios da fábrica Peixe, inclusive sobre os doces de dona Negu da Pitanga e sua filhas Dina Doceira, Emília e Maria Frecheiras;

Capítulo VII: Continua com a família Brito (Jurandir de Brito e outros). Trata também da administração de Pesqueira por um deles, o famoso “seu” Candinho;

Capítulo VIII: Zeferino Galvão, o maior expoente da cultura pesqueirense de todos os tempo, é o assunto desse capítulo;

Capítulo IX: Dedicado a José Araújo e sua família, bem como (evidentemente) à sua loja de 1890;

Capítulo X: Trata do tenente-coronel José do Rego Couto e seus filhos, entre eles o comendador José Didier;

Capítulo XI: André Bezerra do Rego Barros, o primeiro prefeito do município autônomo de Cimbres, e outros membros da mesma família;

Capítulo XII: Sobre o comerciante, conselheiro e historiador José de Almeida Maciel, seus alunos em Pesqueira e sua primeira professora dona Úrusual Cizelina;

Capítulo XIII: Sobre professores e estudantes de Pesqueira no começo o Século XX, a família Valença, Anísio, Alípio Galvão e outros;

Capítulo XIV: Trata dos velhos jornais de Pesqueira: O Serrano, A Tarde, Gazeta de Pesqueira e outros. O capítulo fala também sobre os antigos cinemas de Pesqueira;

Capítulo XV: O último capítulo do livro é dedicado a Dom José Antônio de Oliveira Lopes e outros bispos, o Colégio Diocesano e o Santa Dorotéia, bem como o Ginásio Cristo Rei.

Esse foi apenas o resumo sobre os principais assuntos, na verdade há muito mais. O espaço é curto para falarmos de tudo e, na verdade, essa não é a intenção. Para aproveitar tudo que essa obra de importância ímpar oferece, só a lendo por inteiro. Com certeza é uma experiência fascinante, pois a pesquisa de Luís Wilson foi rica e abrangente, muito enriquece o conhecimento de quem a lê. Aliás, trata-se de mais uma leitura obrigatória para quem quer conhecer a história de Cimbres e Pesqueira.

O livro enquanto estava sendo escrito chamava-se A Velha Fazenda Poço da Pesqueira (História de Algumas de Suas Famílias), mas o nome foi mudado antes do lançamento. É conveniente lembrar que esse título, Ararobá, Lendária e Eterna, virou um clássico popular. Mesmo quem nunca leu o livro, ouve esse nome ecoando até os dias de hoje.

Por Oliveira do Nascimento.
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Este artigo pertence ao Pesqueira Histórica.

14 comentários em “Ararobá, Lendária e Eterna”

  1. A nossa cidade é muito rica de história , pena que iniciativas como a sua é rara , quando vamos pesquisar sobre a nossa cultura não encontramos quase nada , nem na biblioteca pública , acho um verdadeiro descaso e o que mim preocupo , porque uma sociedade que não conhece a sua origem é facilmente manipula e pior acaba perdendo a sua identidade.

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  2. Boa tarde, amigo.
    Meu nome é Lindoaldo Campos e realizo pesquisa sobre a influência da cultura indígena no sertão do Pajeú.
    Seria possível obter uma cópia do livro Ararobá, de Luís Wilson?
    Desde já agradeço.

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