Categoria: Artigos

As casas do Maestro Tomás de Aquino – parte 1

Marcelo do Nascimento

A maioria de nós já ouviu falar do Maestro Tomás de Aquino, principalmente pela rua que leva seu nome. Com certeza sua importância para a cultura pesqueirense vai muito além, mas pelo fato de ter morado em três imóveis interessantes e ter sido um dos primeiros investidores imobiliários da cidade no começo do século XX, esta notas, que aqui se iniciam, valerão a pena ser registradas.

Fachada original da primeira casa do Maestro Tomás de Aquino em Pesqueira. A construção data de 1883.

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Os cem anos da Diocese de Pesqueira

Marcelo O. do Nascimento

Em 1917, em visita a Pesqueira, Dom Sebastião Leme, então arcebispo de Olinda, trazia a notícia de que a cidade seria sede de uma diocese. Sua excelência foi recebido pela banda do município e pelos atiradores do Tiro de Guerra de Pesqueira e Alagoinha com os festejos e o entusiasmo que a ocasião exigia. Nos dias que passou na cidade, houve muita movimentação pelas ruas até tarde nas noites iluminadas pela maravilhosa luz elétrica, uma refinada e rara tecnologia na época. Continue lendo

A partida de um guardião de memórias

Marcelo O. do Nascimento

No último dia 21 fez um mês que perdemos o homem que, em sua simplicidade, e justamente com a sabedoria que só as pessoas simples têm, nos ajudou a localizar com precisão as ruínas da fazenda Poço dos Patos, reduto do capitão-mor Francisco Xavier Paes de Melo Barreto e onde nasceu o seu filho, o conselheiro Paes Barreto. Eloi José do Nascimento nasceu em 1926 na área da antiga fazenda, hoje dividida entre diversos sítios menores. Os vestígios da casa grande eram procurados por nós há quase 20 anos. Sem sua ajuda, certamente estaríamos nesta busca até hoje.

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Busto de José Araújo volta ao lugar de origem

Marcelo do Nascimento
Nesta semana de Natal, o busto de José Araújo voltou para o seu lugar de origem.
José Araújo foi o fundador da loja de mesmo nome em Pesqueira no ano de 1890. Com a reforma empreendida pela prefeitura na rua Duque de Caxias, onde o monumento ficava, o mesmo foi removido para a pracinha atrás do mercado publico, que leva o seu nome. Tal mudança gerou muita polêmica entre parte da população, gerando inclusive manifestação pública da família Araújo em Recife.
Com a devolução do busto ao seu lugar, cremos que venceu a tradição e a história. O monumento, fixado em frente à casa onde viveu o emblemático Zé Araújo, já havia criado um elo com a paisagem e com o dia-a-dia pesqueirense. Parabéns à prefeitura e aos envolvidos com essa acertada obra.
<hr ‘style: color blue’ />Este artigo pertence ao Pesqueira Histórica.

Pesqueira de 1800 – A fazenda, o fundador e sua gente.

Marcelo O. do Nascimento
Depois de cinco anos organizando fontes e fazendo anotações, chega ao fim o trabalho que resultou no livro Pesqueira de 1800 – A fazenda, o fundador e sua gente. Essa é uma obra diferente das anteriores, é a primeira na qual falo da história de Pesqueira de uma forma linear, começando com a povoação de parte do sertão, incluindo a área da fazenda Jeritacó, de Pantaleão de Siqueira Barbosa, passando pelo surgimento da fazenda Pesqueira, de Manuel José de Siqueira (filho de Pantaleão), até chegar a sua elevação a vila e sede do município de Cimbres.
Até agora foi o trabalho mais difícil de ser feito, devido principalmente à falta de fontes primárias. No entanto, bons ventos vindos dos Estados Unidos salvaram a pesquisa, impressionantemente. Os ventos vindos daquele país chegaram na forma do acervo digital da Universidade da Flórida, de onde consegui extrair muitas informações até agora desconhecidas sobre Pesqueira e sua rival, a fazenda Poço dos Patos. São capítulos que renderiam facilmente uma novela, nos quais se vê guerras políticas, tragédias familiares, torturas e assassinatos. Aqui se revela um passado pesqueirense violento e sem esperança, mas que, como de praxe, nos dá grandes lições.

Na verdade, o livro é fruto de um trabalho de leitura e pesquisa iniciados muitos anos atrás, mas que só há pouco tempo foi ganhando corpo até chegar ao que agora se apresenta. Sabemos que é apenas uma pequena parte da grande história de Pesqueira, mas ficamos com a expectativa de que seja um passo para uma caminhada muito maior.
O livro contem 308 páginas, conta com fotografias e está a venda pelo site do Clube de Autores, no link abaixo.

Este artigo pertence ao Pesqueira Histórica.

Pesqueira completa 180 anos

Marcelo O. do Nascimento
 
Neste 13 de maio de 2016 Pesqueira faz 180 anos. Embora o município tenha 254 anos, tendo sido instalado em 3 de abril de 1762, foi em 13 de maio de 1836 que ele foi transferido para a então povoação.
O 13 de maio é uma data esquecida, assim como é o 3 de abril. Em Pesqueira comemora-se apenas o 20 de abril, referente à elevação da sede municipal à categoria de cidade em 1880, na nossa opinião, historicamente falando, o marco menos importante entre estes três.
Ainda sonhamos que um dia as duas datas mais antigas possam fazer parte do calendário cívico municipal, o que ajudaria a divulgar Pesqueira como uma cidade verdadeiramente histórica. Afinal, ela não nasceu em 1880 como unidade política, mas em 1836 pela Lei Provincial n. 20, de 13 de maio daquele ano, herdando o município cimbrense criado em 1762.

Este artigo pertence ao Pesqueira Histórica.

Os 90 anos do Grupo Escolar Rui Barbosa

Marcelo O. do Nascimento
O grupo escolar nasceu como Virgínia Loreto em 21 de junho de 1925, no prédio que ainda hoje existe na rua Anísio Galvão, onde depois funcionou a Prefeitura Municipal e o Colégio Comercial. O brasão do Estado, que ainda enfeita sua fachada é a marca de quem o construiu: o governo de Pernambuco, com orçamento aprovado em 1924. Seu nome foi uma homenagem à primeira-dama da época, esposa do governador Sérgio Loreto, o governante que tanto fez por Pesqueira na década de 1920. Todavia, poucos anos depois, em novembro de 1930, o grupo seria rebatizado com o nome do grande intelectual baiano Rui Barbosa, possivelmente por questões políticas. O fato é que o novo nome consagraria a instituição e a deixaria marcada em definitivo na história pesqueirense. Essa marca ficou impressa de forma tão contundente que ainda hoje é o seu nome mais popular entre a população com mais de 40 anos de idade.

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Que é feito de Seu Queiroz?

Por Jodeval Duarte
(jornal Pesqueira Notícias / reprodução)
Ele passou por Pesqueira plantando o futuro. Deu voz mais extensa à população, fez uma pequena revolução criando a Companhia Telefônica de Pesqueira. E quando faltava luz – principalmente no Cinema Moderno na hora da série de Flash Gordon – era a ele que recorriam. Tempos de emoções partilhadas, tempos de vizinhanças como uma grande clube familiar. E Seu Queiroz teve muito a ver com isso. Quando? Eis a questão. Busquei, cascavilhei, perguntei, cá fora e em Pesqueira, e nada. Um silêncio e uma raridade, tanto quanto esse termo “cascavilhei”, que não se encontra no Dicionário da Academia Brasileira de Letras com a nova ortografia, sequer no Dicionário Houaiss (conciso, é verdade), mas lá está no magnífico Caldas Aulete, que nunca me deixou na mão. Cascavilhar (termo de uso no Nordeste, nosso Nordeste), que quer dizer remexer, esgaravatar à procura de alguma coisa (ou de alguém, acrescento).
O que cascavilho, então: Que é feito da memória de Seu Queiroz? Quem ainda guarda alguma lembrança, além do que foi deixado por Jarival Cordeiro no extenso artigo que fez para falar dele, de Tito Wanderley e Jurandir Brito de Freitas? Ali estão traços de alguns episódios da história pesqueirense de Seu Queiroz e não é pouco o que ele construiu, pelo que se torna difícil entender o monumental silêncio que cerca a história desse homem que, diz Jarival, “deu a Pesqueira status e ao povo um meio de comunicação muito bom”, além de ter sido chefe da Casa de Força, quando não tinha a energia de Paulo Afonso. Pois bem, procurei informação no arquivo público municipal e nada. Apenas  uma luz começa a brilhar e busco ansioso encontrar  caminho: Francisco Neves, o jornalista do Pesqueira Notícias e dono do melhor museu que já vi no interior de Pernambuco.
O que fazer para tirar do esquecimento o “homem austero, simples, honrado e inteligente” que “aqui aportou não sei como nem quando, cuidando da Usina Elétrica e instalando telefone de manivela, feito, acredito, quase pioneiro no Estado” – nas palavras de Jarival. Esse depoimento é uma espécie de atenuante para se entender por que Seu Queiroz é desconhecido das gerações mais novas. Se o articulista não sabia quando nem como o criador da Companhia Telefônica de Pesqueira lá chegou, o que dizer dos que vieram  na segunda metade do século XX? Por isso sirvo-me do Pesqueira Notícias e da generosidade de Francisco Neves para pedir a ajuda dos mais velhos que podem tirar da memória cenas da passagem de Seu Queiroz e dar à cidade mais esse patrimônio cultural, entre tantos criados pelos seus filhos notáveis no jornalismo, na literatura, na atividade pública.

Este artigo pertence ao Pesqueira Histórica.
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